domingo, 25 de junho de 2017

Como entender se eu não vejo?

Na Odontologia estamos acostumados a trabalhar com milímetros. Na nossa profissão, um milímetro pode fazer muita diferença. Mas como mostrar ao paciente uma alteração bucal de milímetros, quando ele espera ver em centímetros? Como convencer o paciente que existe um biofilme se formando sobre seus dentes, uma placa bacteriana que agora é mais espessa devido às alterações bucais da quimioterapia? Como mostrar uma lesão de cárie que pode trazer problemas durante a imunossupressão? Um dos recursos que gosto muito de usar é a câmera intra oral, um excelente auxílio na orientação do paciente. É claro que o paciente confia no seu trabalho e no que você diz que ele precisa fazer. Mas quando ele vê, é diferente. Se ele vê, ele entende. Se ele entende, ele se compromete, que é o nosso objetivo. Se ele vê, ele entende a importância da prevenção, de uma boa higiene oral. É claro que podemos utilizar para mostrar o resultado do trabalho, de uma restauração bem feita, por exemplo. Mas mais do isso, é um recurso de educação em saúde com o qual podemos contar. Vejam nosso equipamento de câmera intra oral do consultório. Os pacientes gostam muito de ver na tela o que estamos explicando. 


domingo, 11 de junho de 2017

Vamos evitar que nossos pacientes tenham osteonecrose dos maxilares?

Quando Marx descreveu a osteonecrose dos maxilares, em 2003, falou em epidemia.  Ele estava certo: a osteonecrose (ON) dos maxilares provocada por medicações antirreabsortivas e antiangiogênicas tem crescido a níveis alarmantes nos últimos anos. E isso tem acontecido pela falta de informação, pois os pacientes não sabem que ao fazer uso de determinados medicamentos, não podem fazer extrações dentárias, por exemplo. A maior causa de ON tem sido exodontias, seguida de trauma por prótese mal adaptada. 
Isso é reflexo de falta de informação, pois os dentistas devem sempre perguntar ao paciente se ele faz uso dessas medicações e há quanto tempo utiliza, além de saber sua forma de administração (se é via oral, endovenosa ou subcutânea), pois isso interfere no tratamento odontológico e contra-indica determinados procedimentos. 
Por isso, cabe a nós, cirurgiões-dentistas, tomarmos uma atitude para não deixarmos isso acontecer. E o que temos a fazer é: perguntar ao paciente se ele faz ou já fez uso dessas medicações e orientá-lo. Preparar a boca do paciente caso ele tenha planos de fazer as medicações. E acompanhar o paciente se já fez ou está em uso dessas medicações, mantendo sua saúde oral em dia. 
As medicações que podem provocar ON são geralmente indicadas para tratamento de osteopenia, osteoporose, metástase óssea e controle de alguns tipos de câncer, como no caso das drogas antiangiogênicas. São medicações excelentes, e são prescritas pelos médicos, e só a eles cabe interromper seu uso. Nem o paciente nem o dentista deve interromper o uso dessas medicações, pois são importantíssimas para controlar a reabsorção óssea causada pelas doenças. O que devemos fazer é PREVENÇÃO, é cuidar da boca desses pacientes para que eles nunca tenham problema e possam usar suas medicações com segurança. 
As osteonecroses provocadas por medicamentos - MRONJ, como são chamadas, são uma complicação difícil de tratar, por isso é sempre melhor prevenir! 

Na página de "complicações da quimio e radio" eu coloquei uma lista de medicações indicadas para tratamento de osteopenia, osteoporose, metástase óssea e antiangiogênicas, que exigem esses cuidados orais. Vale a pena consultar. Essas medicações mudam, novas medicações surgem, essa é somente uma pequena lista que certamente aumentará. Vamos nos informar!

Palestra sobre prevenção e manejo das osteonecroses dos maxilares.

Ontem fui convidada a ministrar a palestra sobre "Osteonecrose dos maxilares: prevenção e manejo", no II Encontro de Estomatologia e Patologia do Interior do Paraná. Foi um evento excelente, com ótimas palestras, onde pude aprender muito e também tive a oportunidade de compartilhar com os colegas um pouco da minha experiência no manejo dessa complicação cada vez mais frequente, a osteonecrose. 
Durante a aula, prometi aos alunos que publicaria uma lista de medicamentos que podem provocar ON, dependendo do tempo de uso e dose. Aguardem! Logo publicarei a lista para todos compartilharem!