Embora hoje já se conheça
muito a respeito da fisiopatologia da mucosite provocada pelo tratamento
oncológico, bem como sobre mecanismos de prevenção e manejo dessa afecção, essa
ainda é a complicação oral mais temida em pacientes que passam por um
tratamento de câncer. Isso porque, em alguns casos, a mucosite oral pode ser
muito severa, trazendo dor intensa e dificuldade de alimentação, podendo levar
à desidratação e desnutrição, trazendo debilidade física e emocional ao
paciente e familiares. Quando chega a graus mais avançados, a mucosite pode
inviabilizar a alimentação oral, sendo necessário o uso de sonda nasogástrica e
muitas vezes hospitalização do paciente, havendo interrupção do tratamento
antineoplásico, o que pode ter impacto no controle da doença e na sua sobrevida.
Estima-se que pacientes com mucosite oral têm 5 vezes mais chance de
desenvolver sepse durante o tratamento oncológico, pois as feridas extensas são
porta de entrada para infecções oportunistas, justamente em períodos em que
estão imunologicamente bem comprometidos. Há muita literatura sobre prevenção e
tratamento das mucosites quimio e radio induzidas, com diversas propostas de
manejo. Os guidelines são sempre atualizados, compilando o que há de mais atual
e sedimentado na literatura. Os protocolos envolvem fotobiomodulação e outras
medicações de uso tópico e às vezes sistêmico, sempre com o intuito de
controlar o processo inflamatório, combater as infecções, acelerar a
cicatrização tecidual e promover analgesia. A mucosite pode ser provocada por
alguns protocolos de quimioterapia, radioterapia de cabeça e pescoço e algumas
terapias alvo. Nem todos os medicamentos usados no tratamento do câncer provocam
lesões de mucosite oral, por isso é muito importante que o cirurgião-dentista
que trate pacientes oncológicos esteja atualizado sobre essas medicações,
conhecendo as drogas usadas na quimioterapia, campo e dose radiação, para saber
quando deve utilizar meios de prevenção e quando não será necessário. Sabendo
que o paciente fará um protocolo estomatotóxico que traga risco de desenvolver
mucosite oral ou de orofaringe, é muito importante que o dentista já inicie
protocolos de prevenção, para que o paciente tenha mais controle dessa
complicação e qualidade de vida. A fotobiomodulação ou laserterapia, quando bem
indicada, é um recurso excelente para prevenção e controle da mucosite, junto
com outras terapias. Sugiro alguns artigos para leitura sobre o tema e estou à
disposição para ajudar, se houver alguma dúvida.
💛Nesses 20 anos de atendimento
ao paciente oncológico, já preveni e tratei muita mucosite – já tive muitas
vezes a alegria imensa de ver pacientes se beneficiarem com as terapias e passarem
por todo o tratamento sem conhecer essa complicação! 😃😃😃
E infelizmente já vi
pacientes irem a óbito em decorrência de complicações de mucosite em grau
avançado, o que muito me entristece😭😭😭.
Por isso, colegas dentistas, vamos cuidar
da mucosite! Ela ainda afeta muitos pacientes!
📌 Dica - sugestões de artigos sobre mucosite no setor ARTIGOS, não deixe de ler!
📌 Dica - sugestões de artigos sobre mucosite no setor ARTIGOS, não deixe de ler!
💛No próximo post vou falar
sobre COMO SE CAPACITAR😷😷😷 para o atendimento ao paciente oncológico. Todo
dentista pode tratar paciente oncológico? Sim, desde que esteja capacitado para
tratar as complicações e todas as intercorrências decorrentes dos tratamentos. Aguardem
novo post!💖💖💖
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