segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Mucosite - ainda precisamos falar sobre isso!


Embora hoje já se conheça muito a respeito da fisiopatologia da mucosite provocada pelo tratamento oncológico, bem como sobre mecanismos de prevenção e manejo dessa afecção, essa ainda é a complicação oral mais temida em pacientes que passam por um tratamento de câncer. Isso porque, em alguns casos, a mucosite oral pode ser muito severa, trazendo dor intensa e dificuldade de alimentação, podendo levar à desidratação e desnutrição, trazendo debilidade física e emocional ao paciente e familiares. Quando chega a graus mais avançados, a mucosite pode inviabilizar a alimentação oral, sendo necessário o uso de sonda nasogástrica e muitas vezes hospitalização do paciente, havendo interrupção do tratamento antineoplásico, o que pode ter impacto no controle da doença e na sua sobrevida. Estima-se que pacientes com mucosite oral têm 5 vezes mais chance de desenvolver sepse durante o tratamento oncológico, pois as feridas extensas são porta de entrada para infecções oportunistas, justamente em períodos em que estão imunologicamente bem comprometidos. Há muita literatura sobre prevenção e tratamento das mucosites quimio e radio induzidas, com diversas propostas de manejo. Os guidelines são sempre atualizados, compilando o que há de mais atual e sedimentado na literatura. Os protocolos envolvem fotobiomodulação e outras medicações de uso tópico e às vezes sistêmico, sempre com o intuito de controlar o processo inflamatório, combater as infecções, acelerar a cicatrização tecidual e promover analgesia. A mucosite pode ser provocada por alguns protocolos de quimioterapia, radioterapia de cabeça e pescoço e algumas terapias alvo. Nem todos os medicamentos usados no tratamento do câncer provocam lesões de mucosite oral, por isso é muito importante que o cirurgião-dentista que trate pacientes oncológicos esteja atualizado sobre essas medicações, conhecendo as drogas usadas na quimioterapia, campo e dose radiação, para saber quando deve utilizar meios de prevenção e quando não será necessário. Sabendo que o paciente fará um protocolo estomatotóxico que traga risco de desenvolver mucosite oral ou de orofaringe, é muito importante que o dentista já inicie protocolos de prevenção, para que o paciente tenha mais controle dessa complicação e qualidade de vida. A fotobiomodulação ou laserterapia, quando bem indicada, é um recurso excelente para prevenção e controle da mucosite, junto com outras terapias. Sugiro alguns artigos para leitura sobre o tema e estou à disposição para ajudar, se houver alguma dúvida.
💛Nesses 20 anos de atendimento ao paciente oncológico, já preveni e tratei muita mucosite –  já tive muitas vezes a alegria imensa de ver pacientes se beneficiarem com as terapias e passarem por todo o tratamento sem conhecer essa complicação! 😃😃😃
E infelizmente já vi pacientes irem a óbito em decorrência de complicações de mucosite em grau avançado, o que muito me entristece😭😭😭. 
Por isso, colegas dentistas, vamos cuidar da mucosite! Ela ainda afeta muitos pacientes!
📌 Dica - sugestões de artigos sobre mucosite no setor ARTIGOS, não deixe de ler!

💛No próximo post vou falar sobre COMO SE CAPACITAR😷😷😷 para o atendimento ao paciente oncológico. Todo dentista pode tratar paciente oncológico? Sim, desde que esteja capacitado para tratar as complicações e todas as intercorrências decorrentes dos tratamentos. Aguardem novo post!💖💖💖

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