terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Cáries de radiação: elas ainda existem?


Cáries de radiação: ainda vemos essa situação, infelizmente!
Quem passa por tratamento de radioterapia em doses elevadas na região de cabeça e pescoço pode ter como sequela permanente a hipossalivação e xerostomia. A saliva não volta ao normal após a radioterapia, havendo perda significativa da quantidade e qualidade de saliva, o que provoca uma maior incidência de cáries, se não houver cuidado adequado. Alguns estudos mostram que as cáries de radiação podem ser provocadas tanto pela falta de saliva e higiene oral inadequada quanto por alterações que a radioterapia provoca no esmalte dos dentes, que os tornam mais suscetíveis. Mais a hipossalivação ainda é o principal fator etiológico, pois as alterações salivares aumentam significativamente o risco das cáries. 
É importante orientar o paciente ANTES do início da radioterapia, durante e após, sempre motivando os cuidados orais, para evitar essa situação. As cáries de radiação ou hipossalivação têm progressão rápida, costumam afetar a cervical dos dentes (local de maior acúmulo de biofilme), incisal ou oclusal (locais de maior força mastigatória), podendo levar rapidamente à destruição da coroa dental e até à amputação completa da mesma. Por isso, o melhor é prevenir!
Para prevenir, a educação e constante motivação do paciente quanto aos cuidados orais é o principal. Ele deve aderir ao tratamento e ir ao dentista a cada 3 ou 4 meses, para acompanhamento odontológico. O uso do flúor em alta concentração também é um recurso que sempre utilizamos, seja na forma de bochechos ou em gel.
E agora, se o paciente já chegou com essa situação,  pois não teve orientação antes da radioterapia? Estamos programando oxigenação hiperbárica para realizar as exodontias, pois o risco desse paciente desenvolver OSTEORRADIONECROSE é muito grande.
Mas esse é assunto para outro post!😉

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